O "Milhões de Festa" já começa a ter um assento no pacote regular de festivais de verão. O que diferencia este festival de todos os outros é que o espectador não está a pagar €60 (evento inteiro) para ouvir as bandas que constam no cartaz. Ele paga essa quantia para pertencer ao grupo dos que se querem distinguir do comum consumidor musical e desafiar os seus ouvidos a serem capazes de apreciar artistas com pouca ou nenhuma aceitação...e talvez chegar mesmo a gostar de um ou outro concerto. Requisito obrigatório para tal acontecer é ter baixas expectativas, o que é fácil de ter já que a maioria dos que vão pisar o palco são desconhecidos q.b. E claro, é uma lufada de ar fresco estar diante de uma comunidade com essa abertura de mente.
Como a abertura de mente não é algo que se compre, a organização oferece o primeiro dia do festival, dia 25, de forma gratuita. É uma boa maneira de os "ainda cínicos" darem uns primeiros passos nesse ambiente sem ferirem a carteira. Um dia à experiência.
O alinhamento do dia 25 conta com Claiana (electro-latino). O punk dos Killing Frost conta com músicas como "Kill Kill Kill", o que deixa a impressão que eles gostam de matança. Há também os espanhóis Phase que soam àquele amigo nosso que aprendeu a tocar guitarra há duas semanas. De maior destaque: o garage rock dos Spacin', que apesar de gravações menos boas têm algo a dizer; a israelita Tamar Aphek ao piano e com um estilo menos comum neste festival; e os eternos Holocausto Canibal, que embora não ligue à sua música, fico entretido com os títulos das canções (p.e. Objectofilia Platónica, Fetofilia Incestuosa Sodomia Fatal, Amizade Fálica, Punição Anal, e claro, Vulva Rasgada).
O festival acontece em Barcelos, a 45 minutos do Porto.
www.milhoesdefesta.com